segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Aos Loucos sobre o muro





Uivo, uivo


estofo e madurez do coração


Eu posso não vir com vocês


Companheiros de bóia inutil


Eu posso não bastar


O ancoradouro de sua costa sedimentada.




Quem pode censurar


Sua sábia retirada? Vocês testemunharam, acocorados


Sobre sua aba de espaço, o amontoado


De cinzas de uma realidade estranhamente passada?


Eu te amo




Que suas mentes desafiaram o infinito


E retornaram


Para falar em línguas estranhas.




Embora muros


Possam romper as costuras cansadas


Do manto mágico que dividimos,


Eu intimamente posso não vir


E embore eu cole os meus ouvidos


Na canção de despedida, ainda assim uivo


Na hora do sono, diga a estes muros


Que só o coração humano


Pode conter tanto desespero.






Wole Soyinka




(tradução feita por Paulo Colina)


Nenhum comentário:

Postar um comentário

opinião e a liberdade de expressão

Manoel Messias Pereira

Manoel Messias Pereira
perfil

Pesquisar este blog

Seguidores

Arquivo do blog