sábado, 29 de maio de 2010

Sentido

Caminho passando a língua pelo tempo
ficando sem lábios
sem mãos para pôr sobre a toalha da casa
e sem casa onde meter minha única viagem
Não levo guarda -chuva nem esparadrapo
unicamente essa noite viúva de parágrafos
estas gavetas sem vida privada
esta incursão solene e futuro

Avanço até a porta
são cinco horas
despeço uma mulher
tomo a vela e rezo
"Pai meu - digo
Pai meu, obrigado
os galos me enchem as mãos de suor
e a salvação é um dor de cabeça cheia de pássaros,
ao centro a aspirina de teus olhos"
e digo bom dia
e que em paz discanse o que eu disse
Abel G Diaz
poeta cubano

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Manoel Messias Pereira

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