domingo, 27 de fevereiro de 2011

Historiador defende o envolvimento de todos para o desenvolvimento de África

Professor Elikia M'Bokolo

Continente
Historiador defende envolvimento de todos para desenvolvimento de África

Luanda – O desenvolvimento económico do continente africano não deve depender somente dos esforços dos economistas, mas de todos os intelectuais, defendeu hoje, em Luanda, o historiador africano Elikia M'Bokolo.




Elikia M'Bokolo, de nacionalidade congolesa democrática, defendeu esta tese quando dissertava o tema “História e Desenvolvimento” realizado pelo Instituto Superior de Ciências de Educação (ISCED) de Luanda.




O historiador, que está em Angola a orientar um seminário sobre Historiografia de África no mestrado em ensino de história de África e de Angola, disse que na abordagem dos problemas económicos há armadilhas que se podem evitar, tais como o presentismo, em que só se pensa no presente discurando-se do passado.




Para si, a outra armadilha é a falta de conhecimento, porque geralmente os líderes, quadros de economia, acham que não é necessário conhecer o país, a história até hoje, bem como saber o que é e não é possível para o futuro, sendo que a terceira armadilha está ligada ao tecnicismo, seja ideia de que a economia releva só de uma técnica para atingir o progresso.




A quarta, acrescentou, é a ideologização dos processos económicos em que alguns são negativos como o chamado afro-pessimismo e outras são as positivas, mas a ideia pessimista sobrepõe-se ao optimismo, porquanto no campo de abordagem dos problemas de África há mais defensores.




Associado a isso, disse, há uma desumanização da abordagem, porque na perspectiva de desenvolvimento, o que fala são só as estatísticas, não se fala da população, dos povos, dos jovens e o que se pode fazer para que essas pessoas possam aproveitar do processo de desenvolvimento.




“Nós precisamos de história, mas qual história, porque me parece que no processo de libertação de África a dimensão económica era muito fraca nas ideologias africanas, poucos eram os líderes e militantes que pensavam ou que conseguiram organizar um pensamento económico coerente a longo ou médio prazo, porquanto o principal desafio era o poder político”, explicou.




O historiador congolês, Elikia M’Bokolo, é antigo aluno da École Normale Supérieure/ Paris, onde ensina e dirige teses de doutoramento e projectos de investigação consagrados ao estudo da história africana.




Reconhecido internacionalmente como um dos mais eminentes estudiosos do continente africano, professor convidado em inúmeras instituições universitárias do mundo, Elikia M'Bokolo tem organizado o seu trabalho de historiador sobretudo em torno da história contemporânea das sociedades africanas, articulando metodologias e saberes oriundos das diferentes Ciências Sociais: a sua vasta obra científica é hoje indispensável ao conhecimento da África.




Personalidade polivalente e inquieta, procura também intervir de uma forma mais abrangente, levando esse conhecimento para fora dos meios académicos, através de múltiplas intervenções e produções de natureza sócio-política e cultural, em particular, no campo do audiovisual (rádio, televisão, cinema).











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Manoel Messias Pereira

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