segunda-feira, 23 de maio de 2011

Seu Jorge no MPB Total soltou o verbo contra os racistas brasileiros

 

Questão  racial marca show de Seu Jorge no MPB Total





Miguel Arcanjo Prado, do R7.

Divulgação

Seu Jorge cantou hits de sua carreira e sucessos de outros artistas, como Lecy Brandão, e aproveitou para relembrar origem pobre e preconceito

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...Era 21h deste domingo (22) quando Seu Jorge subiu ao palco do festival de música MPB Total, no Anhembi, em São Paulo. O show do músico foi marcado por um forte discurso racial promovido por ele, contrapondo negros pobres, vítimas de racismo da sociedade, e brancos ricos.



Apesar do frio, o público fez recepção calorosa ao artista, o mais aguardado pelo público que tinha visto antes Arnaldo Antunes, Vanessa da Mata e Lenine.



Se Arnaldo fez um show mais morno debaixo ainda de sol quente, Vanessa trouxe, com o pôr-do-sol, a beleza feminina de sua voz doce para acompanhar o crepúsculo, que logo ficou cheio de romantismo com sucessos como Boa Sorte.



Na sequencia, Lenine fez o seu som nordestino com forte pegada roqueira, abrindo com o tema da novela Passione, Aquilo que Dá no Coração, a única canção que realmente empolgou a plateia.



E ânimo não faltou ao público ao receber Seu Jorge, que, de cara, mandou Mina do Condomínio, para fazer todo mundo saracotear e mandar o frio, que chegou com a noite, embora.



Com uma banda fenomenal, o músico abusou das misturas de som, investindo nos metais, sem esquecer de uma forte percussão e ceder lugar até para a gaita e o violino.



O show foi interrompido por cerca de cinco minutos, no meio, pouco antes de Seu Jorge cantar Carolina, outro hit de sucesso, porque houve problema com o violão que ele tocaria.



Sem dar explicações à plateia, cantor e banda deixaram o palco, para só voltar quando o problema técnico foi resolvido, como o próprio Seu Jorge, então, explicou de forma bem direta.



- Os caras consertaram o probleminha.



Após cantar Zé do Caroço, canção de Lecy Brandão que fala de um herói da favela, Seu Jorge emendou com uma homenagem aos Racionais MC's, grupo de rap da periferia paulistana de quem afirmou ser grande amigo.



O artista embarcou, então, em um forte discurso racial, no qual relembrou sua origem pobre, da favela, em contraposição com o sucesso atual que o faz ser querido e amado por – quase – todos.



E ainda reiterou que, embora seja um negro famoso, como Milton Nascimento e Ronaldinho Gaúcho, “jamais vai abandonar a favela” que está dentro dele.



Houve gente que, diante do discurso, foi embora antes de o show terminar. Para o mal ou para o bem, Seu Jorge mandou seu recado.

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Manoel Messias Pereira

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