sexta-feira, 24 de junho de 2011

Biblioteca Nacional em Portugal adquire Sonetos manuscritos do poeta afro-brasileiro Gonçalves Crespo



Literatura: Biblioteca Nacional adquire dois sonetos manuscritos de Gonçalves Crespo

Os manuscritos dos sonetos 'Na egreja das Chagas' e 'Trinta annos depois', do poeta luso-brasileiro Gonçalves Crespo, foram adquiridos pela Biblioteca Nacional por 150 euros num leilão, informou ontem a instituição.

António Cândido Gonçalves Crespo (1846-1883), filho de um negociante português e de mãe negra, nasceu nos arredores do Rio de Janeiro, na roça do pai. Aprendeu a ler, escrever e contar numa escola carioca e aos 14 anos viajou para Portugal onde passou a residir, primeiro no Porto, depois em Braga, onde se revelou como poeta.

Na capital minhota colaborou com várias publicações periódicas e participou nas tertúlias literárias do Café Vianna.

Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra, em 1877, e foi eleito deputado pelo Círculo da Índia nas eleições de 1879 e de 1881.

Em Coimbra colaborou no jornal dirigido por João Penha, A Folha, divulgador em Portugal do Parnasianismo, estética literária de que Gonçalves Crespo é considerado um dos principais expoentes, refere uma nota da Biblioteca.

'Para alguns investigadores a sua poesia reflete a estética de Lecomte de Lisle, Sully Prudhomme, Paul Verlaine, entre outros, enriquecida pela su a longínqua experiência de infância do universo humano brasileiro', lê-se na mesma nota.

'Miniaturas' (1870) foi o seu primeiro livro de poesia que de imediato 'chamou a atenção de Maria Amália Vaz de Carvalho com quem manteve diálogos literários na forma de correspondência e com quem veio a contrair matrimónio em 1874'.

'Os salões da residência do casal, na Travessa de Santa Catarina, em Lisboa, foram palco de tertúlias literárias onde se reuniam intelectuais e políticos da época, como o Conde de Sabugosa, Pinheiro Chagas, Bulhão Pato, Eça de Queirós, Ramalho Ortigão, Bernardino Machado, Guerra Junqueiro ou Sousa Martins', segundo a mesma nota.

Nocturnos (1882) foi o seu segundo e último livro de poesia. Já na capital Crespo continuou a colaborar com vários órgãos da imprensa.

'Obras Completas' (1897) reúne parte da sua poesia, tendo no ano seguinte sido editado 'Poesias', que reúne inéditos.

A bibliografia de Gonçalves Crespo inclui ainda 'Contos para os Nossos Filhos', 'Colleccionados e Traduzidos', em colaboração com Maria Amália Vaz de Carvalho, 'Extravagancias Extraordinarias' ou 'As Phantasias do Bandarra', peça em quatro atos, entre outros.



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Manoel Messias Pereira

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