domingo, 10 de julho de 2011

Obras artísticas brasileiras armazenadas em Dubai



Mais de 250 obras brasileiras esperam deportação de Dubai
10/07/2011
Fonte: O Tempo (MG)

Cerca de 250 obras de arte brasileiras, entre elas, telas de Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Aldemir Martins, além de desenhos de Di Cavalcanti e Candido Portinari, esperam, em Dubai, ajuda do governo federal para serem repatriadas ao Brasil. Elas foram levadas para os Emirados Árabes a convite do Departamento de Turismo do Governo de Dubai, enviado à galeria paulista Abaporu, no ano passado. Porém, um imbróglio, ainda sem explicação, entre a embaixada de Dubai no Brasil e o homem que se apresentou como representante dos Emirados Árabes, Mohamed Hassam, fez do convite um "conto do vigário", gerando dívidas à galeria e até risco para as obras. A marchand e dona da galeria paulista, Marly Cruz, conta que foi orientada ainda no Brasil por Hassam a assumir todas as despesas, inclusive de convites. O libanês garantiu reembolso de tudo. "Gastamos quase R$ 300 mil", conta. Quando chegou a Dubai, a marchand brasileira descobriu que as versões do departamento de turismo do país não eram iguais àquelas passadas por Mohamed Hassam. Além de estar num país estrangeiro, com um pacotão de trabalhos captados junto a colecionadores e a mais de 50 artistas, também não poderia comercializar as obras durante ou após a exposição, enquanto estivesse lá. Destacando que a galeria será responsável "até o fim" em relação aos trabalhos que levou para o exterior, Marly afirma que "tinha que honrar o compromisso com os artistas" e, por isso, manteve a mostra. "Quando uma obra é exposta fora do país, retorna com maior valor comercial. Devíamos isso aos artistas e colecionadores que confiaram em nós", relembra. Ao fim da exposição, a dona da galeria se empenhava para trazer as obras novamente ao Brasil. "Gastamos mais de R$ 80 mil só com transporte aéreo para levar as obras", contabiliza. Justificativas. Apesar de afirmar não ter ratificado custeio das despesas, a embaixada de Dubai no Brasil emitiu carta à Secretaria da Receita Federal do Brasil confirmando o convite para a realização da mostra nos Emirados Árabes, assinada pelo cônsul, na época, Youssef Gustavo. Ele teria reforçado o convite em um encontro entre representantes da Abaporu e Mohamed Hassam, em Brasília. A embaixada informou que a carta enviada à Receita Federal apenas pedia uma atenção especial para procedimentos aduaneiros e que não poderia precisar se Dubai realizou o convite. Para o Ministério do Turismo, o problema compete ao Itamaraty, que não se pronunciou sobre o assunto. Segundo o Ministério da Cultura, o órgão não foi informado sobre o caso. O Departamento de Turismo de Dubai declarou estar averiguando as falhas na comunicação entre o órgão e a galeria brasileira e somente depois irá se pronunciar. Entenda o caso Mostra. A mostra "Brazilian Art between Occidental and Oriental Civilization" foi realizada em dezembro de 2010, em Dubai. Despesas. No dia 20 de dezembro, o departamento de turismo de lá comunicou, via carta, que não arcaria com as despesas da mostra. Retorno. Desde o fim da exposição, em 9 de janeiro deste ano, a galeria brasileira tenta patrocínio para retornar com os trabalhos para o país. Espera Dubai. Há seis meses, as telas estão armazenadas na garagem da fundação Al Owais, já que a galeria Abaporu espera retornar com as obras de arte para o Brasil de navio, valor que deverá custar cerca de R$ 20 mil.







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Manoel Messias Pereira

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