domingo, 16 de outubro de 2011

Soneto para Simone

Simone Beauvoir

Estas rugas que vejo no teu rosto,
cicatrizes do tempo e da esperança,
são saudades marcadas na criança,
sol nascente tornando-se sol posto.
Esse tempo que em rugas escreveu
uma história de lágrima e de riso,
purgatório que faz-se paraíso;
uma vida que nunca arrefeceu.
Este rosto presente que me fita
tão distante dos sonhos do passado
é o espelho partido e remendado,
retalhos de prazer e de desdita.
Estas rugas, teu rosto, cicatrizes,
são mágoas que deságuam sem raízes.






Ildásio Marques Tavares

poeta, advogado, professor de Literatura da UFBA
Ubaitaba-BA.




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Manoel Messias Pereira

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