segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

10 anos de Feira Preta



Publicado em 12 de dezembro de 2011 por Jean Mello A Feira Preta, que nessa edição comemora dez anos de existência, proporciona amplo espaço para colocar a cultura afro-brasileira em destaque.



Acontecerá, nos dias 17 e 18 de dezembro, a tão esperada Feira Preta, com uma série de apresentações e atividades de valorização da cultura afro-brasileira. No sábado começa às 13:00 horas e no domingo à partir das 12:00 horas.



Depois de dez anos de existência é hoje em dia a maior feira da cultura negra da América Latina. Desde sua primeira edição já recebeu mais de 90 mil pessoas. Ainda mais, na questão de programação, tendo muitas coisas para oferecer ao público que frequenta, já reuniu mais de 500 expositores e 400 artistas. Sendo assim, pra quem não conhece, digo que nesse ano é imperdível. Será no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo.



Esperada por centenas de pessoas que apreciam a cultura negra no Brasil e sabem que ela é importante para todos e não apenas para os negros, a feira reúne empresários, escritores, artistas, pessoas de diversos movimentos sociais, representantes de religiões de matriz africana, etc., todos em prol da valorização daquilo que existe de riqueza histórica. Primeiro criada para atender diversas demandas do seguimento, hoje rompendo barreiras que foram colocadas, uma à uma, após esses dez anos.



Em edição comemorativa algumas novidades vão chegando. Uma delas é que será lançada uma Franquia Social para capacitar pessoas que queiram levar o evento para outros estados. O Instituto Feira Preta fará cursos para os interessados.



Sua primeira e segunda edição aconteceram na praça Benedito Calixto, Vila Madalena. Nesses dois momentos a feira conseguiu reunir por volta de 12 mil pessoas. Já na terceira edição a Associação dos Amigos da Praça Benedito Calixto e os moradores fizeram um abaixo assinado para não mais acontecer a feira por lá. Quais foram as justificativas?



Em entrevista feita para o site Vila Mundo, Adriana Barbosa, criadora da Feira Preta, afirma que uma das respostas da associação para legitimar o abaixo assinado é que eles não gostavam do “tipo de cultura” que estava sendo fomentada na praça nos dois anos de realização. Resultado, eles conseguiram tirar a feira de seu local de nascimento. Após esse acontecimento ela foi mudando de formato, aprimorando-se, sendo realizada a cada ano em diferentes espaços, até chegar no Anhembi. Nesse local a feira ficou durante quatro anos.



Adriana e as outras pessoas que estavam envolvidas tinham todos os motivos para começar a realizar as feiras em algum lugar periférico da cidade – a população negra se concentra nessas regiões da cidade de São Paulo. O efeito foi inverso.



Hoje em dia de volta à Vila Madalena, através do Instituto Feira Preta, realiza atividades que fortalece a feira, mas, além disso, fornece espaço para artistas, empresários, estudantes, empreendedores, escritores, que promovem ações para ou com a comunidade negra.





Muitas pessoas ainda não conhecem ou nunca foram conferir a riqueza que a programação traz. À cada ano surpreende. Já nas duas primeiras edições trouxe a presença de Paula Lima e o Clube Balanço. Nesse ano terá o show do cantor Fernando Ébano, Yara Rocha, Criolo, Mano Brown e atrações simultâneas que sempre traz surpresas, como exposições de fotos ou desenhos, recomendações ou lançamentos de livros, mostra de filmes, raridades das religiões de matriz africana, além de muita gente bonita.



Uma matéria bem interessante postada no site do Instituto Feira Preta organizou os materiais de divulgação desde 2002 até hoje. Serve para entender uma parte da história de algo que mobiliza não apenas negros. Espero que antes ou após a feira venha para o ar outras raridades.



Não dá pra perder. Gente de vários lugares da cidade e estado de São Paulo e, até mesmo de outros cantos do Brasil. Essa é sua chance de conhecer, ou conferir novamente a Feira Preta. Agora, pra quem não está tão perto, pode esperar que em breve se estenderá para alguns outros estados desse nosso país tropical.








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Manoel Messias Pereira

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