terça-feira, 27 de agosto de 2013

cidade histórica do Senegal ameaçada pelo avanço do Mar




Cidade histórica do Senegal está ameaçada pelo avanço do mar

 «Era um lindo povoado. Quinze dos meus dezasseis filhos foram criados nesta região», conta Ameth Diagne, pescador de 52 anos ao lembrar-se da sua cidade, Doun Baba Dieye, no Norte do Senegal, hoje arrasado pelas águas do oceano Atlântico.

Como Doun Baba Dieye, a cidade histórica de Saint-Louis, primeiro enclave fundado em 1659 pelos europeus na África Ocidental e até 1902 capital da federação AOF, que reunia oito territórios franceses na África, pode ter o mesmo destino.

«Estima-se que ao longo da nossa costa, o oceano avança um metro por ano. Em 100 anos, se nada for feito, o Atlântico terá erodido [corroído] 100 metros da cidade», destaca o professor Boubou Aldiouma Sy, um pesquisador em Geografia na Universidade de Saint-Louis.

Num relatório publicado em 2008, Alioune Badiane, director da ONU Habitat para a África, nomeou a cidade como a mais ameaçada da África pela elevação do nível das águas. A causa, segundo ele, não é apenas as alterações climáticas, mas também a abertura do canal artificial.

Em 2003, a Ilha Saint-Louis, parte histórica da cidade situada sobre o rio Senegal, a 500 metros da parte continental e chamada de «Veneza da África», viu-se ameaçada pela cheia do rio.

As autoridades decidiram então cavar um poço em Langue de Barbarie, uma faixa de areia de 40 quilómetros de comprimento e 300 quilómetros de largura, paralela à costa, que protege o litoral de Saint-Louis e Doun Baba Dieye do oceano. Esta península separa o Atlântico da última parte do rio Senegal.
O objectivo era baixar o nível do rio, que não para de aumentar devido às inundações cada vez mais numerosas, para permitir-lhe fluir para o Atlântico pelo canal de quatro metros de largura.

Mas à importante vazão do rio soma-se, do outro lado da península, a investida do mar. Dois fenómenos que afectam Langue de Barbarie, e ampliam o canal, o qual desde 2003 aumenta um pouco e hoje é uma embocadura de 2,3 quilómetros.



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Manoel Messias Pereira

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