quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Mandela em estado crítico de saúde



Mandela viverá para a África e o mundo
Quantas vezes foi ouvida essa frase quando da morte de alguém famoso, como “Elis Regina vive”. Uma forma de as pessoas abominarem o inexorável destino, a morte. Ela é incorruptível e chegará para todos. Pois depois de boatos pelas redes sociais, Nelson Mandela, o herói da resistência da África do Sul contra a odiosa separação imposta pelos cultos ingleses, não morreu, embora bastante debilitado. No entanto, agora, tudo indica, o fim do velho guerreiro contra a segregação racial na África do Sul está se aproximando. Dia, data e hora, só Deus sabe, como sempre, nesses casos. E tomara que não seja breve.

O fato é que o ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela permanece muito doente e está incapaz de falar por causa de tubos que estão mantendo seus pulmões sem fluído. Ele continua muito sensível a qualquer germe, por isso tem que ser mantido em ambiente esterilizado. O quarto em que o líder de 95 anos está, em sua casa, no subúrbio de Johanesburgo, é como uma UTI. Mas o grande lutador antiapartheid e Prêmio Nobel da Paz em 1993 não está na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Mandela está em cuidados médicos intensivos desde 1 de setembro, quando recebeu alta após quase três meses em um hospital por causa de uma infecção pulmonar recorrente.

O presidente, Jacob Zuma, reiterou o seu apelo à população para que rezasse por Madiba, o apelido de Mandela, e sua família. Mandela continua vivo, mesmo com a internação desde o dia 8 de junho, acompanhado por uma equipe médica que tentava reverter o seu quadro de saúde. O ex-presidente da África do Sul esteve internado por três vezes desde dezembro de 2012. No dia 6 de abril de 2013, Mandela recebeu alta após uma hospitalização de dez dias para tratar de uma pneumonia.

Madiba foi um exemplo e uma referência para todo o continente africano e para o mundo. Nelson Rolihlahla Mandela nasceu no dia 18 de julho de 1918. Foi advogado, líder rebelde e presidente da África do Sul de 1994 a 1999. Era – e continua sendo na mente e nos corações das pessoas de bem na África e no mundo - o mais importante líder da África negra e o pai da pátria moderna da África do Sul. Mandela provou que viver é lidar, morrer e descansar. Mandela transmitiu a mensagem de que não é com a embriaguez que se deve celebrar os sucessos, mas com a sobriedade, que nos permite saborear no exercício da razão toda a nossa felicidade.

Enfim, o mundo precisa de pessoas como ele. É que é muito fácil avaliar o juízo ou a capacidade de qualquer líder, quando se sabe o que ele mais ambiciona. “Freedom”, bradava Mandela das masmorras em que os ingleses o encarceraram por anos, tentando sufocar no seu peito aquilo que ele tinha de mais sagrado, a liberdade. Não para ele, mas principalmente para o seu povo e, aí sim, ele incluído. Se o ciclo da vida do velho homem africano se encerrar, ele já tem o seu lugar assegurado na história, como o então presidente dos EUA John F. Kennedy, cujo cinquentenário do assassinato ocorrerá nesta semana. Dois nomes que lutaram por uma mesma causa, o fim da segregação racial. Pessoas que servem de inspiração contra as injustiças.


Fonte - Jornal do Comércio

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Manoel Messias Pereira

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