quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Raul Castro critica o" imperialismo" na região

Raúl Castro abre cúpula com críticas ao 'imperialismo' na região

Luis Kawaguti
Enviado especial da BBC Brasil a Havana

 Presidente cubano, Raúl Castro na abertura da Celac (AP)


Presidente cubano, Raúl Castro, citou as Malvinas durante discurso de abertura da Celac
O presidente cubano, Raúl Castro, criticou nesta terça-feira a presença de potências internacionais na América Latina e do Caribe – citando especificamente as ilhas Malvinas (Falklands para os britânicos) e Porto Rico. A declaração foi feita durante o discurso com que abriu oficialmente a cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos). Em um evento paralelo, a presidente Dilma Rousseff teve um encontro privado com Fidel Castro.

Durante seu pronunciamento, Castro pediu que as 33 nações presentes na cúpula – que tem como um de seus objetivos a resolução de conflitos regionais – declarem a região uma “zona de paz” para “erradicar de uma vez por todas a guerra e o uso da força ou ameaça”.

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América Latina
“Nós reiteramos nossa total solidariedade com a República da Argentina, em seu reclamo pelas ilhas Malvinas, pelas Ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul e seus mares adjacentes”. Geórgia e Sandwich são territórios ultramarino britânicos no sul do oceano Atlântico que também são reivindicados pela Argentina.
Segundo analistas, é esperado que a Argentina use a reunião da Celac para tratar do tema sem a oposição de demais países, o que não ocorreria em outros encontros internacionais.

Porto Rico
Castro também disse que a comunidade da América Latina e do Caribe “estará incompleta enquanto o lugar de Porto Rico, uma nação irmã genuinamente latino-americana e caribenha, que enfrenta um status colonial, continuar vazio”.
Porto Rico possui o status de Estado Livre Associado dos Estados Unidos. Apesar do país não ser oficialmente território americano (podendo se tornar independente quando quiser), seus habitantes têm cidadania americana e escolheram manter esse status em ao menos três plebiscitos. Atualmente há uma discussão interna sobre sua incorporação aos EUA.

Castro também agradeceu aos chefes de Estado que se manifestaram contra o bloqueio americano à ilha e contra a inclusão de Cuba na lista dos EUA de países que “patrocinam o terrorismo”.

Dilma agradeceu Fidel pelo envio de médicos cubanos ao programa Mais Médicos
Na segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff disse, durante um pronunciamento ao lado de Raúl Castro, que o embargo americano é injusto. Os dois participavam da inauguração do porto de Mariel, a 40 quilômetros de Havana.

A presidente brasileira compareceu à abertura da cúpula da Celac ao lado do chanceler Luiz Alberto Figueiredo. O ministro quebrou o protocolo ao utilizar uma camisa “guayabera” – típica de Cuba – durante o encontro. Dilma usava uma camisa que lembra o estilo cubano.
A mandatária deve discursar ainda nesta terça-feira na Celac, mas deixará o evento horas depois para voltar ao Brasil. A cúpula só deve terminar na quarta-feira.

Na segunda-feira, Dilma teve um encontro privado com Fidel Castro, no qual agradeceu pelo envio de médicos cubanos ao programa Mais Médicos, que deve ser usado como carro-chefe de sua campanha eleitoral.

A presidente também disse a Fidel que o financiamento do porto de Mariel mostra a importância do processo de integração entre os dois países.




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Manoel Messias Pereira

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