quarta-feira, 12 de março de 2014

Reflexão Literária - Manoel Messias Pereira, Igor Grabois e Benedito Alberto Vilalva


Lição de humanidade

Caminhar com olhos no futuro
ensinando seus filhos
a semear flores
a construir passos
trazendo sempre
as sementes
e um jarro
d'água.

Ensinar as crianças os caminhos
da fraternidade
da esperança
da solidariedade
e da Paz
na leitura da vida
enquanto há
palavras

palavras como metáforas
perdidas nos livros
nos jornais
nas cantigas
no alcorão ou na bíblia
Nos manifestos
como lição de humanidade.


Manoel Messias Pereira

poeta
São José do Rio Preto -SP - Brasil

Cássia Eller



Outro poema

A palavra é concreto
A língua que se fala é concreto.
O meu toque é poroso
O beijo escapole, rápido.
Onde você vai com a tua imagem?
E, pergunto,
deveria ser pela última vez
o encontro dos corpos?
O quarto nunca teve segredos
Os presentes o sabem
A sensação é de dor
Meu toque adere
feito um grude de farinha e água

Igor Grabois

professor de economia e poeta
Mirassol -SP




Astor Piazolla






Sonhadora

Ah, minha bela flor, que avivas com o nascer de um novo dia. 
Cintila a luz da beleza inocente, 
Com uma brandura ingênua e com a malícia adequada. 

Trepidas sobre meu peito 
Com tuas alucinações fulgurantes, 
exalando perfume da relva ciosa e molhada, 
Vitalizando minha força espiritual, 
Saciando a carne que me tem cativo. 

Ó, amada minha! Sonhadora realista. 
Tu fazes do ser profano um ser abençoado, 
do pecado um ato natural, sem culpa e sem arrependimento.

És tu ameno as minhas agonias, 
As minhas vontades e alucinações presentes. 
Tu provocas tantas e novas sensações a cada momento, 
Com mais pura afabilidade. 

Tu és a inovação de todas as profundas ansiedades 
Que um homem pode ter esquecido em algum canto escuro, 
aprofundando-o - a tantos e melancólicos pesadelos.

Tu és minha culpa, meu pecado mortal, 
Último porto a uma nau cansada de tanto vagar por oceano 
de cruéis tormentas e desilusões tantas. 

Tu és a última semente 
Que ainda pode brotar em um jardim árido, 
Vazio e solitário, com esperanças que um dia volte florescer. 

Tu és o ar que ainda alimentam os meus tantos desalentos.


Benedito Alberto Vilalva

poeta e compositor
São José do Rio Preto- SP.


Zizi Possi

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